A confusão que envolveu o ex-jogador do Remo Eduardo Ramos e o vice-presidente da Câmara Municipal de Ananindeua, vereador Diego Alves (PSDB), ganharam novos rumos. Um deles foi que Eduardo voltou atrás, ontem (17), e procurou a Polícia Civil para dizer que não levaria adiante a queixa de ameaça que registrou contra o parlamentar no último dia 3 de fevereiro, na Seccional Urbana da Cidade Nova.
A denúncia envolve também a ex-companheira do vereador Diego Alves, Izabelle Pereira. Segundo o relato no Boletim de Ocorrência, o parlamentar teria invadido o quarto de um motel, na avenida Mário Covas, "espancado a mulher" e a retirado "arrastada" do local. A Polícia Militar foi acionada.
As informações prestadas naquela ocasião pelo ex-jogador abrem uma interpretação de que a vítima (a ex de Diego) estava com Eduardo no motel. O fato acabou repercutindo e o ex-meio-campista ganhou uma fama de “talarico” – apelido dado a quem costuma a se relacionar afetivamente com pessoas casadas ou que já tem um compromisso.
A situação trouxe à tona um problema bem maior, que foi a violência sofrida pela então ex-companheira do parlamentar. O próprio boletim de ocorrência policial tipifica o caso como ‘lesão corporal dolosa – violência doméstica’. Ao que tudo indica, não foi levado adiante.
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Em 2020, o Pará registrou 2.674 casos de lesão corporal por violência doméstica, segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social.
Promotoria de Justiça Militar
O relato de Eduardo Ramo no boletim de ocorrência destaca que o vereador Diego Alves teria convencido os policiais militares – acionados para conter a confusão e evitar novos crimes – a não conduzi-lo para a Seccional Urbana, onde poderia ser autuado em flagrante. O ex-meia do Remo chegou a identificar a viatura usada pela guarnição e dois dos policiais.
O promotor de Justiça Militar, Armando Brasil, tomou conhecimento do caso e vai abrir uma investigação para apurar a conduta dos policiais militares. “Vou determinar a instauração de inquérito policial militar para apurar esse fato, haja vista que a princípio configura crime de prevaricação por parte dos militares”, destacou o promotor.
Armando ainda não havia se manifestado, pois estava checando a veracidade do Boletim de Ocorrência, que poderia ser falso, mas não é. Ramos disse ainda no documento que a mulher sofreu lesão.
Até o momento não há, pelo menos pela Seccional Urbana da Cidade Nova, nenhuma requisição para que tivesse sido feito o exame de corpo delito na vítima.
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Em entrevista ao DOL, o vereador Diego Alves garantiu que não teve a violência doméstica. “Eu lhe garanto que não teve agressão. A minha esposa está aqui comigo”, disse. “O problema foi entre eu e o Eduardo Ramos e já foi resolvido. Até na frente do delegado vimos que não tinha porque brigar”, explicou o vice-presidente da Câmara Municipal de Ananindeua, que concedeu o título de cidadão ao ex-jogador.
O DOL solicitou um posicionamento às policias Civil e Militar sobre o caso e aguarda resposta.
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