A publicitária paraense Cristiane Barros Nedashkovskaya, 30, que atualmente mora em Bila Tserkva, na Região Metropolitana de Kiev, área atingida pelos ataques aéreos russos, começou a saga para sair da Ucrânia. Ela está seguindo de carro em direção a Romênia, junto com um amigo que também é brasileiro – o goiano Gabriel Felipe Costa. A saga dos dois começou ontem (24) para se encontrar e pegar a estrada. Os dois tem usado as redes sociais para dizer que estão bem, sendo que Gabriel tem compartilhado a saída em vídeos.
"Acordei às 5h com o barulho da explosão, a sirene de alarme tocando por causa do choque. Depois ouvi mais explosões, drones sobrevoando. Liguei para amigos brasileiros que moram aqui para avisar. Foi um desespero, um momento bem tenso", relatou Cristiane sobre o dia de ontem (24).
Ela é casada com um ucraniano e vive no país há um ano e meio. Está seguindo viagem apenas levando o básico e documentos, incluindo os comprovantes de vacina contra a covid-19. Os pets que cria teve de deixar com os sogros. O marido dela está a trabalho em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e por isso está a salvo.
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Como as saídas da cidade estão congestionadas de carros, Cristiane e Gabriel estão pegando as estradas mais remotas. “A gente não sabe ao certo o que vai fazer (quando chegar a Romênia), mas o principal, agora, é sair da área de conflito”, comentou a publicitária, durante entrevista ao vivo ao programa Mais Você, da TV Globo, mais cedo.
Os amigos estão preocupados também em tentar chegar na fronteira antes das 22h, por causa do toque de recolher. “Depois deste horário a gente corre risco se ficar na estrada ou fora de casa”, ressaltou Cristiane.
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Carona
Para conseguir encontrar com a paraense, Gabriel precisou pegar carona e enfrentou várias dificuldades. “Moço, pelo amor de Deus, me leva para outra cidade”, contou o goiano para conseguir a carona.
No caminho mostrou que alguns mercados estão desabastecidos. Muita gente começou a estocar alimentos. Tanto ela quanto ele relatam ter vistos veículos de guerra, ontem.
Para encher o tanque do carro, Cristiane enfrentou uma fila de três horas no posto de gasolina devido a demanda de motorista querendo abastecer. Na hora de pagar pelo combustível a paraense descobriu que o cartão de crédito estava bloqueado, provavelmente em virtude de ataques hackers.
Os amigos disseram não ter saído do país antes porque desde que passaram a morar lá perceberam que a população vivia sob uma ameaça constante de guerra, que só agora começou. “Todos viviam essa preocupação, esse medo, mas nunca tinha acontecido. Não esperava que a Rússia fosse mesmo invadir a Ucrânia”, contou Gabriel.
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