Em meio à corrida para disseminar mais conhecimento à população, grupos de pais e responsáveis se juntaram com o objetivo de lutar pelo reconhecimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) na sociedade. Uma dessas organizações é a veterana ONG Amora, com 11 anos de existência, que sucedeu a antiga Casa da Esperança, fundação que fazia atendimento das pessoas com autismo.
Dia Mundial do Autismo: informar para melhor ajudar
“O trabalho da ONG sempre foi, primeiro de tudo, apoio ao tratamento do autismo buscando sempre o apoio. A gente via a necessidade de capacitar profissionais, capacitar pais através de palestras, cursos gratuitos, sempre evidenciando as condições da pessoa com autismo livre de discriminação e preconceitos. Nosso trabalho é muito em função de unir as entidades e associações que têm a demanda dos atendimentos do autismo com outras instituições que podem ajudar na qualificação, produção de conhecimento para buscar a vida plena para o autismo em qualquer setor”, afirma Cristina, que é presidente da ONG.
Um dia pela defesa da pessoa com autismo
O grupo Mundo Azul também é uma entidade de apoio ao autismo. Criado há três anos, o grupo reúne mães, pais e responsáveis para falar abertamente sobre o tema e formar uma rede de apoio para o tratamento adequado das pessoas com autismo.
“A gente criou esse grupo com intuito de trabalhar com melhorias do atendimento com pessoas com autismo, no atendimento dessas famílias e, acima de tudo, para levar conscientização para a sociedade sobre o que é o tema do autismo. As mães são muito surpreendidas quando recebem o diagnóstico de autismo. Então a gente tem todo esse processo de acolhimento, de orientação, essa é uma etapa muito importante e muito desafiadora que nós encontramos”, explica Flávia Marçal, advogada e administradora do Mundo Azul.
O grupo trabalha em meio a projetos em parcerias com instituições públicas, como o “Mundo Azul Justiça”, que é executado em parceria com o projeto “TEA” da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e atua em ações coletivas para garantia dos direitos da pessoa com autismo.
“Um grande avanço da corrente dessa articulação foi, por exemplo, a derrubada das limitações de cotas de atendimento para pessoas com autismo, não só no Estado do Pará, mas em nível nacional”, afirma Flávia.
“Um outro projeto é o “Mundo Azul Loja Colaborativa” em que nós acolhemos e incentivamos que mães de pessoas com autismo, que geralmente saem do mercado de trabalho para poder cuidar dos seus filhos, possam exercer atividades de empreendedorismo. É um projeto de empreendedorismo que compreende a especificidade da mãe e do pai e até mesmo da própria pessoa com autismo”, acrescenta.
IMPORTÂNCIA
Mesmo com o avanço no acesso às informações do TEA, Flávia Marçal ainda indica que é cada vez mais importante debater sobre o autismo. “Há uma crescente no número de diagnósticos. Hoje os dados do Centro de Doenças dos Estados Unidos indicam que 1 em cada 44 crianças vai ter um diagnóstico de autismo. Isso é muito impactante quando a gente leva em consideração que a maioria das famílias não está municiada de informação sobre a importância do diagnóstico e da intervenção precoce, como também nós ainda encontramos muitas barreiras na sociedade”, diz. “A própria sociedade, as escolas, as empresas não estão ainda devidamente adaptadas para serem inclusivas tanto do ponto de vista comportamental quanto do ponto de vista institucional, da gestão desses processos de inclusão. Então, é muito importante que a gente continue falando sobre esse tema para que a sociedade possa se tornar efetivamente inclusiva”, finaliza Flávia.
No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, ambas as instituições terão uma programação especial durante este sábado.
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