Itens sempre presentes na alimentação das famílias, os hortifrutis seguem em um ritmo crescente de alta nos preços. Os valores pesam tanto no bolso dos consumidores quanto dos próprios feirantes, que muitas vezes não conseguem repassar o custo total ao cliente para não perder a venda. A cenoura, por exemplo, é um dos produtos que sofreram uma grande disparada de preço: o quilo da hortaliça está sendo comercializado entre R$ 10 e R$ 14 nas feiras da capital paraense.
Alta nos preços dos alimentos deixa até "completo" mais caro
Na feira do Guamá, situada na avenida José Bonifácio, em Belém, o quilo da cenoura custa R$ 10. Já na feira da Pedreira, na avenida Pedro Miranda, é comercializado a R$ 14. Outro vegetal que saltou de preço foi o pimentão verde, que na feira do Guamá está sendo vendido a R$ 10, o quilo, e na Pedreira custa R$ 12. Já o quilo da cebola chega a R$ 5 no Guamá, enquanto que na Pedreira é vendido a R$ 8.
A feirante Iraci Pantoja, 74, que trabalha há 42 anos na feira do Guamá, costuma vender algumas hortaliças por unidade na tentativa de garantir a venda. Entre eles está o maxixe, no qual a feirante vende cinco unidades por R$ 2. Já a unidade do pepino custa R$ 2 em sua banca. E tem ainda o quiabo, que Iraci vende a R$ 1 quatro unidades.
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“Aumentou muito o custo. Você vai hoje (à Ceasa) é um preço, amanhã é outro. Uma caixinha da cenoura a gente compra até por R$ 230. A caixa da batata é de R$ 200 a R$ 260. Eles (os fornecedores) alegam que está muito caro comprar de fora. Aqui, os clientes reclamam, dizem que estamos ‘metendo a mão’, então somos nós que pagamos. Às vezes a gente repassa o custo e outras vezes não. Mas ainda vendemos mais barato do que no supermercado”, afirmou Irac Pantoja.
Devido aos custos elevados das hortaliças, para tentar economizar, a manicure Leia Ferreira, 61, passou a comprar os itens em menor quantidade, quando vai à feira do Guamá. “Onde já se viu o quilo da cenoura custar R$ 10? Isso, para mim, é incrível. Outra coisa que aumentou muito foi o pimentão, a pimentinha. Para fazer sopa, agora, eu compro um pedacinho de cada. É pouco, mas serve. É um absurdo. Tudo está caro. E a gente não tem para onde correr. Ou tu comes ou passas fome. Por mês, gasto mais de mil reais com alimentação”, reclamou a consumidora.
Já a feirante Andrea Lima, 45, que trabalha há cinco anos na feira da Pedreira, compara os valores que pagava pelos produtos de dois a seis meses atrás com os custos atuais. Segundo ela, o lucro diminuiu, uma vez que não dá para repassar tudo para o consumidor. “Hoje a gente foi para a Ceasa e teve aumento de muitas coisas. A batata aumentou, a cenoura aumentou de novo, a folhagem está um absurdo. A caixa do cheiro verde está saindo a R$ 140 e não está com uma qualidade boa. Há seis meses custava R$ 40 (a caixa). Mamão teve aumento, a banana ainda continua com um preço muito alto e não está com uma qualidade de primeira como estamos acostumados. Nem pesquisando não dá, porque está saindo com um custo muito alto mesmo”, disse.
A feirante explica que, mesmo com todas as dificuldades, tenta prezar pela qualidade dos seus produtos e está vendendo em menor quantidade. “A caixa da cenoura custava entre R$ 70 e R$ 80 a uns dois meses atrás. E agora a caixa dessa cenoura está saindo a R$ 140 e R$ 180. A cada dia parece que está aumentando mais. O cliente pensa que estamos aumentando do dia para noite, principalmente a gente que trabalha com delivery. Só que não tem como repassar o mesmo preço todos os dias. Eles estão comprando menos. Uma cliente que comprava um quilo de cenoura agora está levando três cenouras”, pontuou Andrea Lima.
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