Com a importância dos bichos de estimação na vida dos brasileiros, cada vez mais estabelecimentos têm entrado na onda de abrir as portas para os pets. E, além disso, ainda se esforçam para que eles se sintam em casa. Quem possui animais de estimação e gosta de levá-los para passear sempre tem dúvidas sobre quais os locais são permitidos ou não a entrada deles, já que alguns espaços públicos e privados tem restrição em receber pets.
Pensando em ajudar os tutores a esclarecer essas dúvidas, o Papo de Pet desta semana vai alertar os tutores sobre quais os espaços que são permitidos levar os bichos e, também, sobre os cuidados que os tutores devem ter nesses passeios.
A tutora Mariana Muniz é uma daquelas que não perde uma oportunidade de sair com o Bruce Wayne, seu cão da raça Chow Chow de 2 anos. Entre os passeios preferidos estão as praças e os shoppings. “Sempre vou passear com o Bruce no shopping e nas praças. No shopping já é uma situação mais recente, pois antes eles (animais) não podiam entrar. E eu acho ótimo as coisas estarem mudando e, cada vez mais, ver que os tutores podem levar seus bichinhos para passeios”, afirma.
Mariana completa que sabe que precisa ter alguns cuidados na hora de passear com o animal em espaços públicos. “Normalmente ele é calmo, mas quando vejo que ele está um pouco mais estressado, não levo ele pra shopping. E, independente do temperamento dele, sempre seguro a guia (coleira) bem perto de mim. Como ele é muito fofo, é normal que as pessoas se aproximem e queiram pegar nele. Quando tem criança perto minha atenção é ainda maior, porque elas correm e gritam, normalmente, e isso deixa ele assustado. Então, para evitar qualquer problema eu aviso os pais e a minha atenção fica redobrada”, explica.
A tutora completa que só quem tem os animais, consegue entender a importância desses passeios. “Pra mim é chato quando não posso levá-lo em um lugar comigo, porque quem tem animal e ama, quer levar para todos os lugares. Aqui em Belém sinto falta de um restaurante que possamos ir com os animais”, finaliza.
Bruce Wayne, um Chow Chow de 2 anos, passeando em um shopping de Ananindeua: guia curta e tutora atenta. (Foto: arquivo pessoal)
De acordo com o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Pará (SHRBS-PA), no Pará não existem restaurantes (entre os associados) que aceitem animais, os famosos “pet friendly”, termo em inglês criado para ambientes onde os animais são bem recebidos junto a seus donos. A tendência surgiu no exterior e, mesmo ainda não sendo adotada no Pará, ela está sendo aderida em várias cidades brasileiras. Vale ressaltar que os estabelecimentos que aceitam animais tem uma área reservada para recebe-los com seus donos. Nesses espaços eles recebem, ainda, potes de água e ossinhos. Além disso, há mosquetões na parede para prender a guia.
É importante ressaltar que a Vigilância Sanitária não permite animais em locais onde são expostos, processados ou manipulados alimentos. Ou seja, os animais não podem acessar as praças de alimentação dos shoppings, supermercados, entre outros.
Mas não são todas as pessoas que gostam de encontrar animais em espaços públicos. Esse é o caso da idosa Graça da Silva. Ela conta que seus netos têm cachorros, mas que ela não concorda que eles sejam levados para certos passeios. “Shopping por exemplo, eu não gosto. Acho que não é o lugar para se levar animal. Mesmo que você tenha cuidado, que limpe se eles fizerem as necessidades, eu não concordo. Me sinto super desconfortável quando entro no elevar e tem alguém com cachorro. Principalmente se eles não tiverem no colo e ficarem cheirando a gente”, afirma.
A médica veterinária Michelly Vasconcelos explica que mesmo com o aumento dos animais domésticos em espações públicos, é preciso ter cuidados. “Esses cuidados são necessários tanto para não colocar seu bichinho em risco, como as pessoas que estão circulando no local”, afirma, listando alguns desses cuidados: “Pensando na saúde do seu bichinho, a vacinação é um elemento crucial. E se você pretende levar o seu pet para passear, a vacinação torna-se ainda mais importante. Assim evita-se que o pet tenha contato com os vírus e venha adoecer. Também é importante lembrar que no espaço público o animal deve sempre estar de coleira e guia para evitar que fujam, pois podem se assustar com barulhos e com a grande movimentação de pessoas e outros animais”, explica.
A médica veterinária Michelly Vasconcelos alerta sobre o estresse que o animal pode sofrer nesses passeios. (Foto: arquivo pessoal)
Ela detalha ainda que, em casos de animais de médio e grande porte, é obrigatório o uso de focinheira para frequentar lugares públicos, pois podem tentar morder alguém ou outro animal caso entenda que seu tutor está em perigo.
“Não é recomendado que animais cardiopatas e braquecefalicos (focinhos curtos) sejam expostos a estes tipos de locais, pois pode ficar estressado e ter dificuldade de respirar, ocasionando uma parada cardiorrespiratória. Vale lembrar que animais com histórico de agressividade também não deve frequentar lugares públicos, pois vão ficar mais estressados do que o normal. Entretanto se você tem vontade de levar a espaços públicos hoje no mercado, existem vários medicamentos que podem ajudar o seu animal a ficar mais tranquilo. Mas nunca automedique seu bicho, sempre procure um médico veterinário para iniciar um protocolo correto”, completa a médica veterinária.
Questionada sobre a saúde dos animais que frequentam espaços públicos, ela explica: “Quando levamos o animal para lugares públicos o mesmo está exposto a vírus e bactérias, com isso não indico que deixe outras pessoas acariciar seu pet, pois não sabe o que ela teve contato”.
Mas independente se o passeio será na praça, no shopping, ou outro espaço, o tutor tem que ter consciência que ele é responsável e deve limpar os dejetos do animal. “Em espaços abertos, como praças, é interessante usar meias ou sapatinhos nos animais para evitar contato direto com o chão, pois os conxis (parte inferior das patas) são sensíveis ao calor. Porém se seu animal não está acostumado com os utensílios, indico os passeio até 10h, quando pela manhã, ou após as 16h quando pela tarde”, completa a médica veterinária, que finaliza falando sobre a alimentação durante os passeios. “Todo cuidado é pouco quando trata-se da ingestão de alimentos. Então o tutor deve ficar ligado para seu animal não comer nada pelo chão para evitar intoxicação alimentar”.
Texto: Ana Paula Azevedo
Coordenação: Gustavo Dutra
Arte: Demax Silva
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar