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TENDÊNCIA PERIGOSA

Quais são os riscos da cirurgia que muda a cor dos olhos?

Entenda os riscos da ceratopigmentação, procedimento que muda a cor dos olhos, e as recomendações do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

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Imagem ilustrativa da notícia Quais são os riscos da cirurgia que muda a cor dos olhos? camera Recentemente, as influenciadoras Andressa Urach, 37, e Maya Massafera, 44, chamaram a atenção ao realizar cirurgia para mudar a cor dos olhos. | ​Foto: Reprodução/Redes sociais

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) divulgou uma nota oficial reforçando os sérios riscos relacionados à ceratopigmentação — também conhecida como “tatuagem da córnea” — e alertou que o procedimento não é recomendado para fins estéticos, especialmente em pacientes com visão preservada. A prática ganhou atenção nas últimas semanas após as influenciadoras Maya Massafera e Andressa Urach revelarem que se submeteram à cirurgia na França para mudar, de forma permanente, a cor dos olhos.

De acordo com o CBO, a ceratopigmentação é uma técnica cirúrgica indicada apenas para casos muito específicos, como em pacientes com cegueira irreversível ou visão extremamente comprometida, e cujo objetivo principal é melhorar a aparência estética de um olho já sem função visual. Fora desses contextos, a cirurgia oferece riscos elevados, podendo levar à perda severa da visão.

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“O uso do procedimento com finalidades puramente estéticas não é recomendado. Há riscos de infecção, inflamação de difícil tratamento e a mudança da córnea é irreversível, dificultando futuros exames internos do olho e outras cirurgias, como a de catarata”, alerta a presidente do CBO, Wilma Lelis.

A técnica consiste na aplicação de micropigmentos coloridos nas camadas da córnea para simular uma íris de cor diferente. O procedimento é feito com laser e anestesia local, e visa criar uma aparência visual mais simétrica ou agradável em olhos cegos. No entanto, especialistas explicam que, quando realizado em olhos saudáveis, os riscos superam amplamente os benefícios.

“A ceratopigmentação pode ser uma saída para melhorar a autoestima de quem perdeu completamente a visão em um dos olhos e não se sente à vontade com a aparência. Mas não é um procedimento estético comum e só deve ser considerado quando lentes coloridas ou próteses não funcionam”, ressalta José Álvaro Pereira Gomes, presidente da Sociedade Brasileira de Córnea (SBC).

Entre as complicações mais graves da cirurgia estão infecções severas, perfuração da córnea, aumento da pressão intraocular, inflamações como uveítes e até cegueira permanente. Os sintomas relatados por pacientes submetidos ao procedimento incluem dor intensa, sensação de areia nos olhos, fotofobia e lacrimejamento contínuo. Em muitos casos, a visão periférica ou central pode ser afetada de forma irreversível.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) também não reconhece a ceratopigmentação para fins meramente estéticos. Segundo o CBO, mesmo em casos indicados, o procedimento deve ser realizado apenas por profissionais habilitados, em ambiente cirúrgico apropriado, com todos os cuidados de biossegurança e acompanhamento pós-operatório rigoroso.

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A médica Juliana Feijó Santos, especialista em córnea, destaca que há poucas evidências científicas sobre os efeitos de longo prazo da presença de pigmento no estroma corneano, o que reforça a necessidade de cautela. Ela também alerta para o risco de que a pigmentação atrapalhe exames futuros, como o mapeamento da retina ou cirurgias de catarata.

Além disso, o procedimento é absolutamente contraindicado para a esclera (a parte branca dos olhos), e qualquer tentativa de coloração dessa região é considerada perigosa e não deve ser realizada em hipótese alguma.

Em nota, o CBO ainda alerta sobre a influência das redes sociais na disseminação de práticas não seguras, destacando a necessidade de informações confiáveis. Casos como os de Maya Massafera e Andressa Urach, que compartilharam a experiência com a ceratopigmentação em suas redes, têm levantado preocupações entre os especialistas pela possível banalização de um procedimento que, na prática clínica, é restrito e de altíssimo risco.

“Medidas que possam impactar a saúde ocular devem sempre ser discutidas com um médico oftalmologista. Ao reforçarmos esse posicionamento, baseado em evidências científicas e experiência médica, buscamos proteger a saúde da população e alertar sobre os riscos aos quais ela pode estar se expondo desnecessariamente”, conclui Wilma Lelis.

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