
No dia 25 de maio é celebrado o Dia Internacional da Tireoide, data para conscientizar sobre os fatores genéticos e ambientais que contribuem para o desenvolvimento de doenças da tireoide. A glândula em forma de borboleta, localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo da região do Pomo de Adão, popularmente chamado de “gogó”, produz os hormônios T3 (triodotironina) e T4 (tiroxina), fundamentais para o funcionamento do coração, cérebro, fígado e rins.
Quando a tireoide não está funcionando adequadamente pode liberar hormônios em excesso, provocando o hipertireoidismo ou em quantidade insuficiente causando o hipotireoidismo. “Além disso, tem o bócio, quando a glândula aumenta de tamanho; a tireoidite, como a tireoidite de Hashimoto; e os nódulos tireoidianos”, explica o médico cirurgião de cabeça e pescoço José Gabriel Paixão, especialista em doenças da tireoide. No caso do hipertireoidismo, o metabolismo funciona mais rápido e o paciente apresenta perda de peso. “O contrário acontece com o hipotireoidismo, onde há um metabolismo mais lento, causando um aumento de peso”.
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O especialista também alerta que hábitos como o consumo excessivo de soja crua, tabagismo, uso indiscriminado de medicações, deficiência ou excesso de iodo, podem prejudicar a tireoide. “Um dos sinais de alerta é o nódulo na tireoide. Se a pessoa notar um caroço no pescoço que não some com 15 dias ou mais, é importante procurar atendimento médico para investigação”. O tratamento do hiper ou hipotireoidismo é feito com medicações prescritas pelo médico. Nem sempre um nódulo é indicativo de câncer ou precisa de cirurgia e o diagnóstico é individual para cada paciente.
“É importante manter uma alimentação adequada, fazer exercício físico, ter uma boa noite de sono e evitar álcool e cigarro. Tudo isso vai ajudar a tireoide e vai ajudar ter uma vida mais saudável”.
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Outra complicação relacionada a tireoide é o hipotireoidismo congênito, um problema hereditário que impossibilita o organismo de produzir o hormônio T4. A doença é diagnosticada por meio do Teste do Pezinho e curável com a administração de hormônio tireoidiano, sob rigoroso controle médico. Sem diagnóstico e sem tratamento, é a causa mais comum de retardo do desenvolvimento mental, acometendo um a cada 4 mil recém-nascidos.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sespa), no Pará, entre 2022 e 2024, 128 casos de hipotireoidismo congênito foram diagnosticados por meio do exame neonatal. Em 2025, até maio, 17 casos já foram contabilizados. “O bebê pode parecer saudável, já que durante a gestação ele recebe hormônio tireoidiano da mãe. Os sinais da doença aparecem de forma lenta e progressiva”, esclarece Paixão. Por isso, ele reforça a importância do Teste do Pezinho como ferramenta essencial para a triagem neonatal.
Caso não seja identificado e tratado precocemente, o hipotireoidismo congênito pode causar prejuízos ao desenvolvimento da criança, como baixa estatura, dificuldade para falar, atraso para engatinhar ou andar, ganho de peso e alterações cognitivas.
“O pré-natal adequado é a principal forma de prevenção. A ingestão correta de iodo pela mãe durante a gravidez é fundamental. E, claro, após o nascimento, é essencial que os pais garantam a realização do Teste do Pezinho e acompanhem rigorosamente o tratamento, caso haja alterações”.
Serviço
No Pará, a Sespa informa que o atendimento especializado em casos de hipotireoidismo congênito é feito pelo Serviço de Referência em Triagem Neonatal (SRTN), na Unidade de Referência Materno Infantil e Adolescente (Uremia), em Belém. O serviço é responsável pelo acompanhamento e tratamento das crianças com alterações no teste, garantindo diagnóstico precoce e cuidado integral.
A Uremia fica localizada na avenida Alcindo Cacela, nº 1421, entre a avenida Governador José Malcher e a avenida Magalhães Barata. Telefone: (91) 3226-1931 | 3246-6126 | 3246-7692
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